terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sete de Espadas

Sempre fez o que quis
Riscou com giz a ponta do nariz

Sujou a cadeira de anis
Que até ficou azul
O alvado do seu juiz

Beliscou por que quis
Uma banda da bunda
Da esposa do Aramis

Quase! Por um triz!
Perdeu o rebolado
E apanhou do marido da meretriz

Com calor entrou no chafariz
Afinal! Obedecer a regras para que?
Elas são feitas por meia dúzia de imbecis!

Bom malandro não estrila
E ele não esqueceu
Que regras também são sutis

Então mandou com classe e verniz
Uma banana e meia para esta sociedade infeliz.

(André Miranda)


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dama de Espadas

Borboletas em bando vadiam pela noite
Autorizadas pelos seus amores

Libertas, atrás do mel em pica flor
Charmosas e incandescentes falenas

Em seus pés direitos penduricalhos tilintando
Olhares de inveja e ódio,excitação ressoando

Tatuagens em dama de espadas
Borboletas,pimentas malagueta

Maçãs mordidas!
Todas penduradas em correntinhas...

Um pingente Slut Wife.

(André Miranda)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sentidos

Voláteis desejos
Intermitentes lampejos

Saborosos os beijos
Arrepiantes os pelos

Suor escorrendo
Tão fundo e fagueiro

Tremulo se acaba
Sentidos e cheiros

Penetra o ventre
Como a vazante do Tejo

Deságua oceânico...

Candido liquido
Doce e azedo

(André Miranda)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Moto-Contínuo II

Contínuo cansaço
Do nada ele veio
Chegada do trem
Coisas que falo
A premissa é nossa
Fazendo e andando
Dançar nós podemos
Do nada ele parte
Partindo vai o trem
Dormente eu estou
Contra a corrente eu nado
Cansaço continuo
Vindo do nada
O trem já chegou
Eu falo de coisas
Em nossa premissa
Andar é o que nos faz
Podemos dançar
Ele parte do nada
O trem vai partir
Sinto-me dormente
Nado contra a corrente
Contínuo cansaço

(André Miranda)

Este escrito pode ser lido tanto para frente como para trás conforme já o havia publicado no post de 05/05/2011 de maneira inversa a este agora publicado.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Menina Furta-Cor

Sem pedir licença
Percorre meus caminhos
Sussurra em minha alma
Reverberando meus ouvidos

Brinca louco com meus seios
Pega forte meus tecidos
Estremece meu umbigo

Sufocada em meus suspiros
Contorcendo, só gemidos!
Beijou meu ventre
Fui me abrindo

Penetra meus sentidos
Secretando meus fluidos
Misturando meus desejos
De menina sem juízo


Explodindo em milhões de cores
Tudo roda devagar...

Abandonada ao vagido
Descubro uma mulher
Vejo o mundo em furta-cor

Vai embora seu vadio!
Esta chegando meu amor...

(André Miranda)